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Jean de La Fontaine

É o jogo mais divertido desse mundo afora,
Um jogo que renova freqüentemente a ardência:
O que me agrada é que muita inteligência
Não se necessita e em nada colabora.
Ora, adivinha como este jogo se nomeia.

Você, assim como nós, o joga;
E diverte tanto a bela quanto a feia.
Seja dia, seja noite, é agradável a qualquer hora,
Porque se vê claramente sem candeia.
Ora, adivinha como este jogo se nomeia.

O belo do jogo é que o marido o ignora:
É com o amante que este prazer granjeia.
E a assistência, para os lances definidora,
Se dispensa. Nunca há pelejas.
Ora, adivinha como este jogo se nomeia.

(Contos e Novelas em Versos, de Jean de La Fontaine, 1664 - Retirado da revista Veja, Edição 1908 . 8 de junho de 2005)


* O título do poema não foi identificado na revista.